quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

QUEM DERA PODER RETORNAR

por Inajá Martins de Almeida


O que fazemos com nossos sonhos?

Por que os perdemos se tanto investimos neles?

Não nos damos conta, mas eles nos dão sinais.

Troca de mensagens. Imagens lindas. Juras de amor eternas. O passado se interpõe ao presente:




- “Se não der certo volte que meus braços te esperam...”.



Seria reminiscência do filho pródigo?






Interrogação que paira. Interrogação que fica. Interrogação que jamais se apaga. Interrogação retorna com força total.

“Que ninguém se engane a si mesmo”. (1 Co 3:18)

- “Eu torço muito por você. Para que tudo de certo”. Outra ocasião o sinal se levanta.

E nos enganamos. E confiamos quando nos alertaram que maldito fosse o homem que no homem confiasse.

Jugo desigual não poupa ao menos o homem segundo o coração de Deus. Por que pouparia na atualidade? Casais apaixonados. Encontros fortuitos, tal folhas ao vento são levados.

O clamor se levanta:

- “ Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia me defender; mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado? Você com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus?” (Sl 55:12-14)

É o levante do Édem. A desobediência do casal primeiro. A falta de cuidado, de zelo. Afinal “fora a mulher que me deste por companheira...” clama em alto brado a criatura ao Criador.

E papéis se tornam invertidos. Aquele que deveria cuidar, quer a si cuidados. Aquele que deveria zelar  negligencia ao zelo. Aquele que deveria nomear a criação aparta-se da incumbência.

Mas os olhos de Deus estão por toda terra. Nada em oculto. Tudo exposto e descoberto. (He 4:13) . “Nada há escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz” (Lu 8:17)

A submissão é vista de forma distorcida. Homens não amam suas esposas como Cristo amou a igreja.  Separações rompem laços. Jesus é esquecido no templo, quando não do lado de fora do templo.

Ao amor do início se vira as costas.

Olhos e coração apenas almejam a partilha da herança. Bens materiais que não tardam a se consumirem.

É o desprezo pelo paraíso.

Que Teus braços Senhor estejam sempre abertos para receber aqueles que sabem que até servos e os porcos são bem alimentados em Tua casa.

Que a Ti não importa a partida, mas a volta.

Quem dera entender tantos pudessem...

A distância entre a partida e a volta é apenas uma questão de atitude a Teus Olhos. 



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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PRESSÕES QUE INCOMODAM - DESEQUILIBRAM OU ALAVANCAM?

por Inajá Martins de Almeida


Quantas pressões nos assolam todos os dias? Casa. Trabalho. Marido. Mulher. Filhos. A lista cresce.

Quantas pressões nos desequilibram, mexem na estrutura do prumo. Derrubam-nos. 

Pressões! Quantas aborrecem e “emburrecem”. Descai semblantes. Amargam almas e corações.

Pressões “burras” incomodam.  Consequências? Desastrosas.    

Pressões “inteligentes”  alavancam ao aprendizado e crescimento.



Pontos de vista. Vista a buscar  pontos.  Equilíbrio.

Abrão sentado fora da tenda observa aquela imensidão a sua frente. Calor de deserto. Horizonte interminável. Três figuras a se aproximarem. Corre ao encontro. Conversam. Sara se incomoda. Ri incrédula.

Sob pressão da falta de esperança na maternidade, a Sara o entendimento agora lhe é fugidio.  Pressionada ante as palavras só tem olhos para a alternativa bem a sua frente: a escrava egípcia. 

Sob pressão física, a fome de Esaú clama o guisado, ao ponto de entregar a primogenitura ao irmão gêmeo. Pressão do alimento imediato. Pressão da necessidade que se deseja satisfazer e pronto. Alto preço a pressão burra passa a incomodar.

Sob pressão da inveja, filhos se vêem perante um pai que clama pelo mais jovem, José,  deixado no deserto a sua sorte. Vendido como escravo, agora, sob pressão é dado como morto.


Sob pressão dos incapazes, Neemias incomodava. Solicitado era a descer do muro com frequência.  A obra não podia parar. Era uma grande obra, ainda que sob pressão trabalhasse.


Sob pressão da verdade, Jeremias era lançado em prisões ao  clamar a Israel e Judá a voltarem ao Senhor.


Sob pressão de medo, Elias ante a perspectiva de morte, lançada por uma palavra de mulher,  evade-se para a caverna e solicita para si a própria morte.

Jesus passava. Grande multidão o seguia. A muitos incomodava.

Sob pressão no Gólgota, a si solicita ao Pai afastar o cálice. Era a exaustão ante a pressão que se apresentava infame.

E nós no dia a dia?

As pressões nos incomodam ou nos alavancam?



Sentimos incômodo ante pressões?

Incomodamos com as aparentes pressões?

Cada qual o seu modo saberá responder. 



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domingo, 16 de fevereiro de 2014

EIS LÁ! VEM O SONHADOR...

por Inajá Martins de Almeida 


Inspira-me sobremaneira essa frase:






_ Eis lá! 
Vem o sonhador... 



(Gn 37:19)






Um sonhador é alguém que se destaca na multidão. Chama atenção para si. Atrai olhares de admiração, poucas vezes. Olhares de cobiça e inveja, muitas.

Não fora diferente ao “sonhador-mor”.

Penúltimo filho dentre os doze, José se diferenciava dos irmãos, não só pela túnica colorida que o pai lhe confeccionara, mas, principalmente, pelos sonhos.

José sonhava e compartilhava seus sonhos. O pai o escutava atentamente e guardava as palavras. Jacó o amava mais do que aos outros. Os irmãos o invejavam e odiavam à morte.

_ Que negócio é esse do maior servir ao menor? 

Negócio de sonhador.

Sonhador que não se importa que lhe arranquem a túnica. A profundidade da cisterna, lançado,  não lhe intimida. O tempo recluso entre grades não lhe tira os sonhos. E sonha e continua a compartilhar seus sonhos.

Incansável sonhador. Atraí a si ouvintes à narrativa dos seus sonhos. E por onde passa deixa rastros de sonhos e de sonhador. E o Senhor o prospera.

Sonhador sonha o sonho dos sonhadores. 

Podemos nos definir sonhadores?

À  expressão dos nossos sonhos podem resultar comentários?

_ Inajá mas como você sonha!   



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sábado, 15 de fevereiro de 2014

QUANDO À PORTA BATEM ABRIMOS?

por Inajá Martins de Almeida

Será que podemos pensar naqueles que estão do lado de dentro dos muros, nas igrejas, dobrando seus joelhos, lendo, tomando ciência da palavra de Deus, nascidos num lar cristão, como impolutos perante um mundo tão corrupto?

Será que podemos vislumbrar seguir seus exemplos? Assimilar o comportamento que nossos olhos externos depreendem?

Questionamos.

Entretanto o que deparamos!

Adão recebia o paraíso para cuidar. Descuidou. Blasfemou. Culpou: - “a mulher que me dera por companheira”. Mentiu. Em momento algum se humilhou, embora se percebesse nu.

Ló se enriquecia, por terras do deserto, ao lado do pai da fé – Abraão, seu tio. Seus olhos e seu coração vislumbram e alcançam vales verdejantes. Para trás a segurança e zelo do tio amoroso, a frente destruição e ruína para si e sua descendência, nas verdes campinas.

Esaú detinha a primogenitura de Jacó, o homem que lutou com o anjo. Trocou-a por um prato de lentilhas.

Geazi, o moço que acompanhava Eliseu, aquele da poção dobrada de Elias, perdia-se pelo caminho. A ganância do favorecimento o torna leproso. Alcança sua descendência para sempre. Perde a poção do profeta.

Eli deixava de ouvir a voz de Deus e de sua cadeira, dentro do templo, não tinha olhos para os abusos dos filhos. A cegueira física e espiritual, o peso dos anos e do seu envelhecido corpo o levaria ao desenlace trágico, da mesma cadeira que por anos compartilhara seus descasos.

Quantos mais...

O que dizer então das trinta moedas de ouro?

Agora um dos doze. Fora escolhido. Não mais cobrador de impostos, mas de almas. Andava com o Senhor. Compartilhava do ensinamento. Porém, seu corpo podia ser visto em toda parte, mas seu coração não deixara práticas ilícitas. Os favorecimentos detinham lugar de destaque em seu coração.

Judas desprezaria a glória a ele reservada. O galho da árvore agora lhe proporcionaria o precipício.

Impressionante...

Príncipes e sacerdotes dos anciãos, profundos conhecedores da lei, insuflariam motim. Persuadiriam a multidão. O bem e o mal se enfrentariam. Contra forte gritaria argumentos plausíveis não encontram eco. Mãos lavadas. Sentença decretada. A morte de cruz.

“ – Que o sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos...” (Mt 27:20.25)

Blasfemam os doutos da lei. A si proferem sentença insensata, quiçá impensada.

Mas os olhos daquele justo, envolto a suor e sangue, corpo moído e transfigurado, apenas se voltam para um no meio da multidão ensandecida.

Acuado a um canto, Pedro é encontrado.

- Pedro tu me amas?...

Ao Pai pede perdão aos seus algozes. Ao último suspiro entrega sua alma. Tudo se consome.     

Não há desculpas...

Ainda que queiramos voltar à pesca, quando os olhos de Jesus nos encontram é Ele quem nos persuade a lançar a rede do lado direito.

Jesus nos convida a cear. Quer nos lavar os pés. Quer nos tornar um dele. Dar-nos seu corpo e seu sangue.








“Eis que estou a porta e bato...”










O que podemos responder? 

Abrimos? 

Ou simplesmente nos mantemos cegos, surdos e nus dentro dos templos!

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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

APLICA-TE Á LEITURA - UMA INTERPRETAÇÃO

por Inajá Martins de Almeida 


A leitura pode falar por nós?

Para se entender como alguém lê, necessita-se saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Como vive. Com quem convive. Quais as experiências de vida a que está envolvido. Quais são os sonhos que alimentam seu coração. Isto faz da compreensão sempre uma interpretação.

Questionamentos infindáveis invadem as linhas. Encontros possíveis e passíveis de respostas, quando o jovem Timóteo é exortado ao exercício do ensino. À diligência na leitura. Ao cuidado na transmissão das Escrituras.

E passamos a questionar os dias vividos. Mais um ano. Contados em dois mil e treze.

Novo ano a descortinar. Euforia no ar. Corações a palpitar. Planos. Projetos se agigantam. Deus generoso alguns realiza. Outros, o tempo não é chegado, entretanto, a nós a mensagem de que devemos nos aplicar a leitura.

Dois mil e quatorze. Abrem-se as cortinas. Páginas em branco clamam a escrita. Leituras silentes aguardam a obediência:



 – “aplica-te a leitura...”.


Exortação de um homem maduro, sábio, versado nas leis desde tenra idade, a instruir o discípulo neófito.

Timóteo. Exemplo de filho e neto. Grande ascensão sobre sua vida Lóide, a avó, e Eunice, a mãe.  

O que tinham de tão especial essas mulheres, que as Escrituras registram serem casadas com gregos, mas que tão bem souberam administrar conflitos.

Fé inabalável? Conduta imbatível? Obediência ilibável?






E, a despeito do que noticiam os jornais, as imagens televisivas, escondem Lóides e Eunices.







Timóteos, quantos, não impactam, mas podem sim ser encontrados nos anônimos diários.

Timóteos que buscam na obediência, aplicarem-se à leitura.

E a nós?

A leitura faz parte dos nossos planos para as páginas que irão compor mais um período?

Poderemos registrar em nosso diário que nos aplicamos à leitura e que pudemos ser lidos por muitos através dos nossos atos?

Não há dúvida:

A leitura pode falar por nós... Porque:



"Ler é romper barreiras, quebrar limites, ultrapassar fronteiras, olhar além do que os nossos olhos possam enxergar. É sair do lugar comum, aventurar-se por caminhos vários. É olhar através das imagens e captar significados além do que a própria vista possa imaginar".  (Inajá Martins de Almeida)



"Ler é tomar posse do livro".  (Inajá Martins de Almeida)



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