segunda-feira, 24 de setembro de 2012

TEMPOS DIFÍCEIS


Em meus questionamentos, passo a perceber que a humanidade, em toda sua história, jamais presenciara momentos tão confortáveis. Porém, em meio a tantas benesses que a era atual possa proporcionar, jamais em tempo algum se viu tanta doença, tanta falta de fé, de esperança, de amor, de perspectiva de vida. 

Contra senso? 

Universo informacional adentra lares. Tecnologia compactua benefícios incontáveis. Informação disseminada através da galáxia internet, em tempo real, pode ser compartilhada num simples toque de dedos. Redes conectadas a fios cibernéticos, tornam corpos inertes, ante uma tela fria. Viajantes anônimos.

Estudos. Pesquisas. Vasto conhecimento gerado através dos anos, séculos e milênios, faz parte da biblioteca universal conectada a fios, numa rede incontrolável e interminável, a qual pode proporcionar ganho de tempo. Ainda assim, muitos alegam a falta de tal. O cansaço para a leitura. O despreparo para a escrita.

Computadores de última geração, abreviando espaço e tempo ante a comunicação, conta bancária favorável, trabalho facilitado pelas máquinas, na maioria das vezes não bastam para proporcionar satisfação plena.

A casa confortável. O carro do ano anterior, já passa a ser menosprezado, ante o último lançamento. Sapatos, bolsas, roupas, celulares, rapidamente alimentam o consumismo exacerbado, mas a satisfação está aquém do desejável. Rostos tristes podem ser encontrados nas ruas, nos lares, nas casas noturnas, até nas igrejas.

Envereda-se pela senda tortuosa do ter. Traz-se ao primeiro plano o que se julga urgente e necessário – coisas que se podem adquirir e que, supostamente, julga-se trazer satisfação. O ser – a construção da pessoa, do caráter - é trocado, largamente banalizado, relegado a outros momentos. 

Seria o cumprimento de uma das profecias? O deus deste mundo tem obstruído o entendimento para cegar a visão espiritual?

A ciência se multiplica. O amor de muitos se esfria. Em contrapartida, ainda se pode encontrar velhos a sonhar. Jovens visionários a se transformarem ante a indignação das ações deste século. Vasos que se deixam moldar pelas mãos do oleiro.

Quem sabe sobre tempos difíceis? Quem pode responder sobre oportunidade para o crescimento? 

Portas largas que convidam ao prazer, ao engano do ganho rápido e fácil? 

Portas estreitas que se abrem àquele que se encontra fraco à colaborar para o ser forte?

Tempos difíceis. O justo florescerá como a palmeira, sabedor de que o assentar-se à roda dos escarnecedores lhe rouba a bem aventurança. No esconderijo do Altíssimo o descanso se opera, à sombra do Onipotente. 

O bordão e o cajado tornam-se sustentáculos em tempos difíceis. Convidam-nos à aplicação da leitura. Insista. Persista. 


6 comentários:

Anônimo disse...

Uma triste realidade resumida numa feliz descrição. parabéns

Inajá Martins de Almeida disse...

Obrigada leitor pelas gentis palavras.
Tempos difíceis, que nos proporcionam encontros.

Neto disse...

Escrito sincero e realista, assunto que penso cotidianamente.
Talvez a facilidade e a comodidade sejam o grande problema, não sei, pois para minha a facilidade tem me ajudado muito, fico na dúvida se o problema é a facilidade ou as pessoas.
Portanto o apóstolo Paulo escreveu aos Romanos: RM12 - Não vos conformeis com este mundo, mas transformai (metamorfose) pela renovação do vosso entendimento.
Nunca desista de escrever estas palavras, pois são verdades e realidades e sempre penso, quando escrevemos ou falamos algo a alguém somo considerados formadores de opiniões.
Nunca desista de almejar o progresso.
Paz do Senhor, Neto.

Inajá Martins de Almeida disse...

Obrigada professor Neto pelas palavras de encorajamento.
A mim, mas também a nós (Elvio e eu) muito temos nos beneficiado da tecnologia, ainda que o texto traga alguma menção interrogatória quanto a sua aplicabilidade - cada qual ao seu alcance.
Gosto de observar o movimento ao nosso redor.
Os sinais que o tempo nos proporciona. Quando a inspiração me cala forte, as linhas compactuam minhas inquietações - e são muitas.
As aulas nos tem sido magníficas levando-nos a reflexões mais aprofundadas na Palavra.
Vamos sim escrever nossas impressões dia após dia.
Encontros felizes Deus nos tem proporcionado.
Grata

JU MODAS FASHION disse...

Penso que as suas palavras são o "olhar atento" a revelação da Palavra escrita, a bíblia.
O homem sem Deus é pobre, cego, miserável e nú; e, acrescento mais, auto destrutivo!
A falta de amor, a inversão de valores, as doenças físicas, espirituais, emocionais e psicológicas, o vazio e a inconstância, o roubo da alegria e destruiçao da vida são, em minha opinião, a consequência do pecado.
Mas, contudo, nos resta em meio a todo esse sistema, que por vezes nos deixam confusos, a fé, a esperança e o amor; a fé que vence o mundo, a esperança nas firmes promessas do senhor que fortalece e o amor que move a favor do perdido e necessitado.
Juliana

Inajá Martins de Almeida disse...

Olá Juliana
Obrigada pelas palavras reflexivas. Precisamos realmente olhar para a Palavra de Deus e pedir o norte para nossa vida. Ela nos concede. Orienta-nos. Faz-nos sentir fortes, seguros, atentos, reflexivos. Encontrar pessoas afins que se irmanam num só coração - o coração universal da Verdade, do Caminho, da Vida - Jesus. Deus abençoe teus passos.

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