sábado, 30 de outubro de 2010

A ADMIRÁVEL IGREJA

Cânticos capítulos 3:6-11; 6-10; 8-5-9

Vamos fazer uma representação de uma peça teatral dos capítulos três, seis e oito do Livro Cântico dos Cânticos dividida em três atos, onde o personagem central Salomão, vem representar Jesus a surgir no deserto.

1º Ato – personagem principal Salomão

“Que é isso que sobe do deserto, como colunas de fumaça, perfumado de mirra, e de incenso, e de toda sorte de pós aromáticos do mercador? É a liteira de Salomão...” (Ct 3:6-11)

Em cena aparece Salomão e o cotejo que o cerca – sessenta cavaleiros escolhidos, experimentados na guerra; os notáveis de Salomão.

A figura de Salomão representa Jesus, o qual surge do deserto – aparece do nada. Ele o único, o alfa, o ômega, o princípio e o fim – o Verbo – e que vem acompanhado dos notáveis – os profetas e apóstolos. Jesus que vem trazer os fundamentos da igreja, simbolizando o Rei, como general, batalhador guerreiro que luta e triunfa.

Podemos perceber a diferença entre Davi e Salomão. Enquanto aquele era homem de guerra, que vencia batalhas através das armas, este Jesus – aqui representado por Salomão – vence pelo amor.


2º ato – a noiva, a esposa

“Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, pura como o sol, formidável como um exército com bandeiras? (Ct 6:10 )

A noiva é a igreja de Deus que aparece marchando. Surge como a alva do dia, o brilho da aura, espancando a escuridão, trazendo a luz, alvorecer da igreja. Surge para ser a luz, o entendimento do Evangelho. Toda enfeitada, sinônimo do próprio Reino dos Céus.

Ela não está sendo vista sob nossa ótica, mas é Jesus que se admira. Ao observarmos a criação a cada passo Deus se admirava; podemos perceber Jesus se admirando e concedendo virtudes à igreja – coragem, perseverança, fé, amor, paciência, simplicidade, inocência, pureza, brilho como o sol.

O que é a igreja senão nós?

Quem imagina uma noiva vulnerável, frágil! Jesus complementa com um exército destemido, formidável, razão pela qual uma igreja conquistando ruas, bairros, aldeia, vilas, cidades, países; formidável, ostentando suas bandeiras.

3º ato – arrebatamento da igreja

“Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada ao seu amado?” (Ct 8:5)
Neste momento é Jesus voltando com sua igreja arrebatada, ao lugar de origem. É a princesa – Sulamita – que ouve seus clamores:

“Volta, volta ó sulamita, volta, volta, para que nós te contemplemos” (Ct 6:13)

É a igreja que se reúne a Jesus no arrebatamento e dele ouve a declaração de amor:

“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte...” (Ct 8:6)

Precisamos olhar a igreja como Cristo a vê. Se olharmos para nós veremos dúvida, crítica, impaciência, porém Jesus nos olha e nos vê santificados, lavados, em glória e não em derrota.

Jesus nos vê como obra de arte acabada; como o escultor que acabara sua obra em mármore e diante da perfeição dos traços, ordena-lhe que fale, mas esta fria, gélida como pedra, permanece muda. Nós, porém, obra perfeita ante seu olhar de Pai, ordena-nos a falar e nós falamos.

Somos para Jesus um “jardim fechado” (Ct 4:12). Precisamos olhar a igreja sob a ótica de Deus.

Quem é esta? Esta é a igreja de São Carlos que está nascendo.  Esta somos nós.
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(Apontamentos de Inajá Martins de Almeida mediante a pregação do Pastor Edson Quinezzi – Igreja Batista Betel São Carlos 24 de outubro de 2010 – domingo 19 horas)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O PERFUME DE CRISTO

“Porque nós somos para Deus o bom perfume de Cristo”. (2 Co 2:12-16)

Deus está restaurando os céus e nos convida a compor seu jardim, como flores a exalar o suave aroma, porque muitas são as moradas em Sua casa (Jo 14:2) e a nós um lugar está reservado. Podemos até imaginar esse jardim e bem ao centro a árvore da vida; mais ainda nos encontrar nas palavras de Jesus quando diz ser a videira e nós os ramos.

Ao nos depararmos com a Nova Jerusalém, e vislumbrarmos a igreja de Deus, que deleite comparar suas pedras a nós mesmos, como pedras vivas. Descobrir Jesus a descer dos céus exalando o perfume do amor de Deus; Ele que é a rosa de Saron e os lírios dos vales (Ct 2:1). Jesus Cristo, a flor ferida e machucada, mas quanto mais transgredida e moída, mais espargiu e continua espargir perfume no ar - eternamente; até seus algozes podiam - e ainda hoje podem - ser alcançados pelo perfume e serem perdoados.

Mas, se os que se salvam são para Deus o bom perfume de Cristo - o aroma de vida para a vida - para os que se perdem há cheiro de morte. Torna-se imperativo, desta feita, que observemos atentamente para não rejeitarmos tão grande salvação que nos é apresentada.

Deus também nos convida a fazer parte do seu exército e da Sua marcha triunfal, participando das Suas conquistas, tornando Suas vitórias em nossas vitórias. Assim, seremos sempre vitoriosos se olharmos a vitória de Deus como nossas vitórias. Olharmos de forma mais concreta para essas vitórias.

Embora aqueles homens corajosos que edificaram a igreja primitiva não mais se façam presentes, a marcha continua; a causa prosperou ganhou novos adeptos. Somos hoje, como foram no passado, os que “manifestam em todo lugar a fragrância do seu conhecimento”.(2Co 2:14)

Mas se Paulo utiliza de metáforas ao redigir sua carta a igreja de Coríntios, quando diz sermos aromas suaves de Deus ao exalarmos fragrâncias de conhecimento, de vida e de morte; quando nos fala da marcha triunfal das batalhas; se também demonstra seu interesse pelas missões e ao ministério, sua preocupação maior, entretanto, se volta a ausência de Tito, em Trôade, ainda que lá as portas estivessem abertas para o Evangelho, e sai a sua procura, partindo para a Macedônia.

Tito ocupava o centro e as preocupações de Paulo naquele momento. E hoje! Qual o dilema que nos aflige? Será que permaneço na igreja ou volto para o “mundo”!

O texto, entretanto, leva-nos aos desafios da:
  • maturidade – estou preparado para os grandes desafios de seguir a Cristo?
  • profundidade –  conheço a Cristo para exalar do seu conhecimento?
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Inajá Martins de Almeida - apontamentos efetuados mediante a pregação Pastor Edson Quinezzi para a Igreja Batista Betel de São Carlos em 17 de outubro de 2010 (domingo 19 horas)


ver o texto na íntegra
http://igrejabatistabetelsc.blogspot.com/2010/10/17102010.htm


sábado, 31 de julho de 2010

NO PRINCÍPIO... E AGORA!?

Inajá Martins de Almeida

No princípio trevas e vazio pairava sobre os céus e a terra. A terra estava sem forma e vazia e tenebrosa escuridão envolvia a face do abismo, mas... movia-se o Espírito de Deus.

Na palavra forte, de poder e autoridade, manifesta-se Deus – “Haja luz!” (Gn 1:3); e houve luz e maravilhava-se Deus com todas as suas criações – luz, céu, água, terra, sol, lua, estrelas, os seres viventes, homem e mulher. Em seis dias a tudo criara e abençoara; no sétimo, enfim, descansa.

Ao homem, criação máxima de Deus – sua imagem e semelhança – à sua conta, fora-lhe dado autoridade e poder para reinar, juntamente com sua adjutora.

Em qual momento, então, toma conta do coração do homem a maldade, a ganância, a cobiça, sendo que a tudo que Deus criara, era-lhe, a Seus olhos bom? E por quê?

Não diferente de Adão ou Eva, encontramos hoje situações similares, quando não assumimos nossos atos, nossos erros – “a mulher que me deste por companheira me deu da árvore, e eu comi!” (Gn 3:12); desobedecemos – “não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal...” (Gn 2:17); julgamos ser auto-suficientes, ainda que  Deus nos repreenda ao manifesto de que  – “... sem mim, nada podeis fazer”.  (Jo 15:5)

E o homem conheceu o bem e o mal, lançado fora do Éden. E a maldade se multiplica...

Em uma simples discussão entre casais (jovens na maioria das vezes), a mulher fala algo que ao marido desagrada, desfere-lhe um esbarrão, ou um levantar de mãos mais inflamado, ele, aquele que deveria proteger e prover o lar, a família, com sustento material, moral, espiritual, desfere-lhe golpes de mãos, de pés,  de faca, de revólver, ou quem sabe o que mais.

Quantas vidas ceifadas em tenra idade, vítimas de inconsequências abusivas por parte daquele que do pó viera. Tivera esfriado o coração do homem, como a Palavra alerta? “E por multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriara”. (Mt 24:12)

Se naquela época a terra tornou-se violenta e corrompida, ao ponto de haver arrependimento de Deus pela sua criação, mostra-se diferente hoje? Ou será que estamos nos apresentando perante Deus como Noés; aquele que a Bíblia diz ser “homem justo e sem mácula em sua geração e andava com Deus”. (Gn 6:9)  

Prefiro pensar na possibilidade em haver Noés que procuram restabelecer a aliança com Deus; Abraãos que intercedem e buscam a formação de uma grande nação; Paulos que mesmo “se pudesse falar a língua dos homens e dos anjos, sem amor nada seria” (1Co 13). Jesus que veio ao mundo para remir os pobres e necessitados; os doentes. “Não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse por ele salvo” (Jo 3:17) e, finalmente, que: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênto,  para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna”. (Jo 3:16)


domingo, 20 de junho de 2010

FIQUE ATENTO QUEM PENSA ESTAR EM PÉ: a saga de Gideão

Gideão malhava o trigo no lagar.

Estranho não é mesmo? Lagar era o lugar onde as uvas eram pisadas para a extração de seu suco, assim, não apropriado para trigo, entretanto, lá o anjo do Senhor pôde encontrar o “homem valente” e dizer-lhe que “o Senhor era com ele”, dado sua bravura, ainda que se mostrasse o menor na casa de seu pai e procedente da família mais pobre em Manassés.

Gideão, o qual se inclinava a fortes sinais de insatisfação aos dominadores midianitas, sabedor dos milagres que seus pais lhe contara – que da terra do Egito foram libertos - agora se encontrava ali, numa situação de penúria, perante seus algozes, e a questionar o anjo. Porém, ao invés de perceber reprova é Ele, o anjo, quem lhe fala:

“Vai com tua força, e livra a Israel das mãos dos midianitas. Porventura não te enviei? (Jz 6:14)

Já ouvira a mesma voz lhe dizer: “o Senhor está contigo”, e denominá-lo “homem valente” mas, mesmo assim recua e pede sinais.

Será que hoje não acontece o mesmo conosco?

Quando nos deparamos com as maravilhas que o Senhor faz, através do emprego de nossos sonhos, almejado por centenas, quando a única vaga é  ocupada por nós e, mesmo assim, julgamos ser mérito de nossa capacidade e força do nosso braço?

Quando nos livra de um desastre iminente em que nosso carro, ônibus, avião, ou qualquer outro meio é todo estraçalhado e ilesos saímos, sem ao menos um arranhão sofrermos?

Quando a esterilidade nos é diagnosticada pelo médico e pouco depois a maternidade nos é concedida?

Quando nosso corpo é acometido por doença incurável, em que exames abalizados demonstram ser impossível reversão do quadro clínico, mas que em novos testes o que parecia impossível tornara-se possível e a cura fora certa?

Quando... Quando... Quantos quando mais poderíamos declinar, mas não necessários e mesmo assim pedimos sinais, como se Gideões fôramos?

Mesmo assim Deus concede provas – “e a mim provai” (Ml 3:10) – tanto a nós quanto a Gideão. Seria necessário? 

Gideão ousava. Erigia altar a Deus, oferecia o segundo boi de seu pai, ao mesmo tempo em que derribava o altar a Baal; separava trezentos homens para a peleja, conquistava povos dominadores, ganhava a confiança do seu povo, ao ponto de ser aclamado para dominar sobre eles: “domina sobre nós, tanto tu como teu filho, e o filho de teu filho, porque nos livraste das mãos dos midianitas”(Jz 8:22), conclamando, contudo, que o Senhor dominaria sobre eles. 

Mas, ao mesmo tempo em que grandes feitos envolvem sua existência, um tropeço – para si, sua casa, sua nação.

Ao invés de acatar a solicitação do seu povo, apenas se agrada de parte dos despojos, transformando-a em estola sacerdotal, a qual é confundida com ídolo do qual o povo, agora livre, passa a cultuar, valendo a queda irreparável de sua numerosa família e de todo o Israel que ali se prostitui.

Enquanto recolhido ao sepulcro de seu pai Joás, em boa velhice, seus filhos perecem ao fio da espada.

Contados em número de setenta, dado suas muitas mulheres, suas cabeças são cortadas sobre uma pedra, pelas mãos criminosas de homens atrevidos e levianos, contratados por Abimeleque (seu filho com uma concubina de Siquém) o qual para si almejara dominar sobre o povo de seu pai, salvando-se apenas Jotão, o mais jovem filho, o qual se escondera e a tudo presenciara.

O que pensar de um personagem que estivera frente a frente com o anjo do Senhor a lhe falar, a levantar sua estima, conclamando-o homem valente, de repente equivocar-se ao ponto de abarcar para si e seus descendentes amargo e triste desfecho?

Seria a confiança em si mesmo? Seria a soberba? Esquecera que permitido lhe fora as provas?

O Apóstolo Paulo, muito tempo depois frisaria:

“Deus não se agradou de todos, pelo que muitos caíram... o que pensa estar de pé, fique atento para não cair... não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios. Não podeis participar da mesa de Deus e da mesa dos demônios”.  (1Co 10:5/21)

O que, entretanto, podemos perceber é que o Reino de Deus é conquistado através de muita luta, dia após dia, que as tribulações oferecem oportunidades de crescimento, desde que entreguemos por completo nossa intenção na busca da verdadeira conquista.

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Livro de Juízes 6:11/40; 7:1/25; 8:35; 9:1/6
Bíblia Sagrada - edição Alfalit Brasil 2002
na interpretação de Inajá Martins de Almeida

quinta-feira, 17 de junho de 2010

UMA PALAVRA

Quantas vezes uma palavra nos dá a sensação de abandono, de desamparo, de desespero perante um mundo em que os valores parecem estar invertidos, como comumente estamos habituados a ouvir e falar.

Quantas vezes nos prostramos, adoecemos, pensamos em morrer, mas uma palavra, sussurrada no âmago do nosso ser, faz com que criemos ânimo, e nos levantemos, com força e coragem.

Acompanhando as manifestações de fé do profeta Elias, podemos perceber que a presença de Deus se fazia marcante através de várias situações que nos apresentam as Escrituras Sagradas:

Ser alimentado por corvos por um bom tempo.
Multiplicar a farinha das vasilhas e o azeite das botijas da viúva de Sarepta.
Ressuscitar o jovem filho da mesma viúva, clamando a Deus para que o sopro de vida viesse habitar novamente aquele corpo inerte.
Solicitar a Deus para que a chuva não molhasse o solo por três anos consecutivos, ocasionando fome intensa por toda Samaria.
Restaurar o altar do Senhor que havia sido derrubado e sobre ele: tomar doze pedras – como se as doze tribos fora – colocar lenha, partir o novilho em dois pedaços, três vezes fazer derramar água por todo holocausto e pelo rego que ao redor se formara, clamar a Deus para que o fogo descesse e de pronto ser atendido ao ver tudo ser consumido rapidamente.
Matar a espada todos os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal.
Colocar o rosto em terra e clamar para que a chuva voltasse a cair.

Entretanto, após tantos feitos, uma palavra, uma mensagem lhe é encaminhada: “assim se façam os deuses, e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida como a de um deles” (1 Re 19:2); era Jezabel – mulher do rei Acabe – quem intimidava o destemível profeta, que agora chegava à presença de Deus pedindo para si a morte.

Quantas vezes uma palavra pode nos levar a vida abundante, plena, mas também pode, ao contrário, nos levar ao medo, à fuga, à depressão, à morte.

Penso que Elias não chegou a descrer do poder de Deus para com sua vida; julgo até ser impossível pela proximidade e intimidade, que detinha com Aquele, que lhe atendia por inteiro. Julgo até que, por ser um homem de oração, bem o sabia que sua força não lhe permitiria ousar tanta proeza; também tinha consciência de que somente Aquele que lhe outorgara vida e poder, poderia requisitá-la de volta a Si, portanto, que perigo poderia lhe causar um chamado, uma palavra, uma mensagem. Que mal, poderia fazer a sua vida, alguém que servia deuses pagãos?

O que me permito imaginar, até me sentir no direito de uma opinião própria, decorrido tanto tempo, é que um cansaço, um vazio, uma solidão, um abandono de palavras amigas, palavras de consolo e conforto, oprimiu aquele, o qual abatido, até pelo cansaço físico, esboça um pedido para que a vida lhe seja ceifada.

Do contrário, como ser possível? Num instante armar-se de toda coragem perante um rei, que fazia tudo o que era mau aos olhos de Deus, “mais do que todos os que o antecederam”, conforme nos relata 1Re 16:30, agora ao clamor de uma palavra querer evadir-se da vida?

Porém, também ao mesmo tempo, julgo ser natural e permissível para Deus, pois embora sendo profeta, era homem, era humano, era de carne e osso como todos nós. Elias tinha pleno conhecimento de que a mão do Senhor estava sobre ele, ao ponto de cingir seus próprios ombros, e se apresentar a Acabe, “correndo”, segundo descrito em 1Re 18:46, mas, creio que naquele momento era salutar que ele deixasse o palco e ocupasse os bastidores; retornasse a sua posição de humano comum, com seus temores, necessidades, fraquezas, anseios.

Talvez custoso para nosso entendimento limitado tal atitude, porém, Deus conhece a intenção de todos os corações e, se não conseguimos perdoar, até mesmo encarar nossas falhas, nossas imperfeições, Ele nos trata, chama-nos pelo nome, alimenta-nos – no físico e no espírito – acredita em nós, atribui-nos trabalho na Sua seara. Tira-nos da caverna e nos faz caminhar, ainda que uma palavra queira nos deter, tal qual Elias.     


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Livro de 1 Reis capítulos 17, 18 e 20 - Bíblia Sagrada - edição Alfalit Brasil 2002


na interpretação de Inajá Martins de Almeida

O PRATO DE LENTILHAS

Sempre me percebo tempo demorado a buscar nas entrelinhas dos textos sagrados, entendimento para situações presentes. Procuro, então,  abstrair do passado, ensinamentos aproveitáveis para o momento atual; foi assim que me veio forte a mente – o prato de lentilhas.

Recorri a Gênesis capítulo 25 a partir do versículo 20, quando Isaque (filho da promessa de Deus para Abraão) toma a Rebeca como mulher, à qual, porém, sendo estéril, é agraciada por Deus e lhe nascem Esaú e Jacó – os quais viriam a formar duas fortes nações.

E os dois cresciam: Esaú – na graça do pai – se manifestava perito caçador; Jacó habitando tendas, mantendo-se quieto, compenetrado, obtinha o favoritismo da mãe.

Contudo, eis que um dia cansado pela caça exaustiva, Esaú chega do campo e depara-se com um belo prato de lentilhas, que Jacó terminara de cozinhar. Pede-lhe do guisado, o qual é correspondido, pelo irmão porém, sob condição de que lhe outorgasse a primogenitura, o qual prontamente se mostra favorável a troca, afinal de que lhe valeria a supremacia sobre o irmão, se viesse a morrer ali mesmo aos seus pés? Fora dessa forma que abjurara a benção a ele concedida através do nascimento.

E hoje?

Quantos Esaús podem ser encontrados, que desprezam bênçãos recebidas, mas não conquistadas; posições privilegiadas – em repartições públicas, empresas privadas, comércios, entidades de classe – facilmente trocadas por subornos, falcatruas, etc.

Quantos Esaús dentro dos lares, maridos ou esposas que desprezam bênçãos de sólidos casamentos por paixões irrefreáveis, trazendo dores, mortes, marcas irreparáveis.

Quantos Esaús que trocam o ensinamento dos pais, por falsos e enganosos “amigos “ nas ruas. Jovens que se deixam levar pela fantasia do ganho fácil, através do tráfico de drogas, do consumo abusivo de entorpecentes que dizima lares sem conta, do comércio do sexo – da venda do corpo por uns poucos centavos.

Quantos e quantos Esaús, tal qual aquele que a Palavra relata, o qual até chegou a se arrepender, mas tardiamente se prostrou aos pés do pai já velho e cego, o qual outorgara a benção a Jacó, minutos antes. Claro que também houve um preço a ser pago por Jacó, mas ele continuou firme na sua proposta, pois sua convicção na espiritualidade de Deus era maior do que sua fome física e passageira pelo guisado que preparara para si.

Quantos Esaús: pais, filhos, maridos, esposas, amigos, podem ser encontrados por todo canto – herdeiros da escravidão, da displicência, do desprezo.

Busquemos, pois, nossa primogenitura em Cristo Jesus, aquele que nos redimiu da maldição da lei, para que fôssemos herdeiros da promessa legada à Abraão, conforme muito bem esclarece o Apóstolo Paulo quando dirige carta aos Gálatas em especial em seu capítulo 3, versículos 1 à 29.

Esaú recebeu de Deus o direito à primogenitura, porém não a conquistou e facilmente a relegou. Jacó porém ousou conquistá-la.

E nós?
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Livro de Gênesis 25:20 - Bíblia Sagrada - edição Alfalit Brasil 2002
na interpretação de Inajá Martins de Almeida

sexta-feira, 11 de junho de 2010

FIXE OS SEUS OLHOS EM DEUS

Hoje está na moda ser evangélico. Muitas pessoas tem olhado para muitas coisas, mas Deus nos chama atenção para que olhemos para Ele. É assim que o pastor e autor do livro se expressa, ao dizer:

"Coloque os seus olhos em mim. Fixe os seus olhos na minha presença e na minha glória, apesar de toda a escuridão que esse mundo vive nesses dias terríveis".

Deus quer fazer maravilhas onde você está, onde você vive, por onde você passa... desde que você fixe seus olhos nEle".

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Fonseca, Jocymar.   Fixe os seus olhos em Deus.   / Jocymar Fonseca.  [Campinas]: Editora Cristã Palavras de Vitória, 2007.

domingo, 11 de abril de 2010

TUDO COMEÇA EM SUA MENTE


"Quando Deus invade nossas áreas altivas, seu plano é transformar nossos velhos pensamentos, que nos derrotam, em novos pensamentos que nos encorajam...  porque os velhos hábitos são duros de quebrar". 

Charles Swindoll - Como viver acima da mediocridade. pág. 27

quarta-feira, 31 de março de 2010

FLORESÇA ONDE ESTÁ PLANTADO - Robert H.Schuller

Não é o lugar que faz a pessoa; é a pessoa que faz o lugar.


"Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação" (Fp 4.11) 


O que Paulo está dizendo...

"Já aprendi como ser rico e como ser pobre, a gozar o conforto e a sofrer perseguição. Vivendo e andando com Deus, aprendi que, sejam quais forem as situações, condições ou circunstâncias em que venha a encontrar-me, jamais me queixarei! Confiantemente, procurarei tirar o melhor proveito de tudo e estou certo de que o futuro me será bom". 


(Floresça onde está plantado - Roberto H.Schuller - pág. 5)

sábado, 20 de março de 2010

AMOR REAL


Meus versos!
Materialização do meu doar por inteiro.
Como as raízes que não aparecem
Mas que dão sustentação às arvores.
Tocar tuas mãos! Quem dera...
Mas... Traduzir o toque,
Por palavras posso!
Aquelas que saem de dentro de alma.
O desejo da conquista,
Me torna valente guerreira;
Como semente que cai em solo fértil
Todos os dias marcho para a batalha conquistar...
Sempre a campo semear.
A certeza, mais difícil seja a peleja,
Só o amor me dá!
O amor a tudo vence.
Não fosse o amor,
Única realidade, nada valeria a pena:
A alma apenas seria pequena.
Amor não combina com dor...
Mas... Com partilha... Com entrega... Com descanso...
Com semeadura...
O amor tudo suporta... Tudo supera...
Diminui distância... Quebra barreira...
O amor sai do óbvio, ultrapassa limites;
Transforma lágrimas em riso,
Saudade em versos.
O amor é o dom real
É forte... Supera afrontas...
Sela corações amantes.
É semente plantada em solo fértil

Que jamais se abala.


versos de Inajá Martins de Almeida

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A VIÚVA E O AZEITE

Muitas vezes julgamos que por seguir Jesus nossos caminhos serão facilmente transpostos, nossas portas serão abertas, nosso fardo será leve, nosso jugo suave, mas quando nos deparamos com as aflições, cobramos bom ânimo: algumas vezes a Ele nos voltamos, tantas outras, apenas nos revoltamos.


Não fora diferente no passado, quando a viúva recorre ao profeta Eliseu, ao rumor iminente de que credores viriam buscar os dois filhos para servirem-nos de servos.


Em sua petição, o argumento inicial era de que o marido lhe fora servo fiel, temente ao Senhor e nada lhe deixara – a ela e aos filhos – a não ser dívidas e uma botija de óleo.

- “Que te hei de eu fazer?” Atenta Eliseu.


Quantas vezes permanecemos silentes em meio a situações adversas, querendo nos valer das próprias mãos, dos próprios recursos, quando Jesus nos diz para a Ele recorrermos. Quantas mais, até nos equivocamos, ao julgar nosso comportamento irrepreensível perante as coisas do Reino. Quantas mais falamos até de forma inequívoca?


Ele quer ouvir nossa voz, nosso clamor, nossa petição. Mas também quer nossa proximidade, nosso caminhar, nosso coração.


A viúva recorreu ao profeta; aquele de quem ela tinha conhecimento; de quem o marido servira.


- “O que é que tens em tua casa?”


O profeta não se deixara levar pela emoção daquele pranto, antes questiona a provisão que os mantivera até aquele momento. O palco não mais era ocupado pela figura central – o marido – agora, a ela cabia suprir as necessidades prementes; era-lhe necessário encher-se de ânimo e coragem, para atuar no palco de uma nova situação.


Com certeza, teve tempo suficiente para perceber como estava seu coração, seu comprometimento, seu envolvimento, seu caminho e seu caminhar com o Senhor, a partir daquelas palavras – quem sabe até jamais pensara ouvi-las – mas que fizeram toda a diferença.


A viúva tinha convicção de que o marido era servo fiel do profeta – temente ao Senhor - entretanto, faltavam-lhes recursos materiais e espirituais. Seria por descuido? Por falta de entendimento da Palavra? Sabia que em casa havia apenas uma botija de óleo e nada mais, muito embora também se declarasse “serva” do profeta.


Moisés, já deixara registrado em Deuteronômio - um dos seus cinco livros que compõem a lei mosaica – capítulo 28, que exaltados seriam todos aqueles que atentassem à voz do Senhor; que os inimigos que por ventura viessem a se levantar por um caminho, por sete sairiam; por cabeça seriam colocados; a muitos emprestariam, jamais algo tomariam emprestado; no fruto do ventre se veria abundância, entretanto, cativos seriam levados os filhos.


Quantos pais, hoje, freqüentam igrejas, são simpatizantes, membros, obreiros, pastores, mas seus filhos são escravos das drogas, das doenças, da prostituição, da homossexualidade, do adultério, casamentos fracassados.


Quanto engano! Quanto equívoco!


A frente do profeta encontrava-se a viúva a prantear.


- “Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos”.

Vazios estavam seus vasos. O marido servira ao profeta; temente era a Deus, mas, quem sabe deixara faltar o óleo em casa. Vazios ficaram os vasos – da viúva e dos filhos – que agora necessitavam recorrer tanto às benesses dos vizinhos, quanto encontrar vasos para serem preenchidos do óleo.


Fechados estavam todos, julgando que o cabeça suprira a necessidade espiritual do lar, quando na verdade, deveriam estar na presença de Deus – todos.
Entrementes, ao invés de receber uma palavra de alívio, de consolo, de conforto, é-lhe cobrada uma posição perante as coisas de Deus.


Isso é o que nos acomete, muitas vezes, quando estamos passando por situações adversas aquelas que pressupomos melhor para nosso viver. Uma doença em família, uma perda brusca de um ente querido, uma perda financeira, e nos descuidamos do essencial, o invisível aos nossos olhos – abandonamos o único que pode nos trazer resposta, alívio, consolo; mostrar-nos o Caminho. Buscamos o homem, quando deveríamos mesmo era criar intimidade com o Senhor, ao ponto de podermos chamá-lo de Pai – Papai.


Um Pai do qual se pode assentar à mesa, fartar-se de toda regalia que se coloca sobre ela, manter diálogo franco e aberto, expor-lhe o coração por inteiro, posto que chamados fomos para servi-lO, como filhos, não como servos.


- “Então, entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio”.


Após esvaziarem-se das mágoas, das tristezas, da falta que a presença do marido e pai deixara naquela casa, abrirem os olhos e o coração para se irmanarem a vizinhança – a família espiritual – a sós, os três, começam a preencher os vasos com óleo.


Visível se torna o desejo do Senhor para com a viúva e os filhos, não diferente com relação a nossa postura. Ele nos quer por completo, livre de embaraços, para que sirvamos de exemplo, primeiro para nossos mais próximos – os da nossa própria casa.


Ao nos pedir que adentremos o mais íntimo do nosso ser, quer nos auxiliar na difícil tarefa de lançar fora os entraves que atrapalham nossa ascensão a Ele; não apenas a nossa pessoa, mas partindo daqueles que nos são mais próximos, para abarcar o maior número possível de pessoas.


- “Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto”.


Jesus não só nos dá a oportunidade de vivermos da Palavra como do azeite – o Espírito Santo – como também nos dá o pleno conhecimento de que nossa dívida fora paga na cruz do calvário – a nossa, a de nossos filhos e de todos aqueles que O buscar.

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Livro de 2 Reis capítulo 4 versículos 1 à 7
Bíblia Sagrada - edição Alfalit Brasil 2002
na interpretação de Inajá Martins de Almeida








O LOUVOR DA MULHER VIRTUOSA

Mulher virtuosa, quem a achará?
O seu valor excede o de finas jóias.
Busca lã e linho
E, de bom grado, trabalha com as mãos.
Estende as mãos ao fuso,
mãos que pegam na roca.
Não teme a neve,
pois todos andam vestidos de lã escarlate.
Faz para si cobertas,
veste-se de linho puro e de púrpura.
Faz roupas de linho fino,
e vende-as.
Dai-lhe do fruto das suas mãos,
e de público a louvarão as suas obras”.

Provérbios 31:10-31
Texto de Inajá Martins de Almeida

MULHERES SUNAMITAS

Quantas! Mulheres sunamitas.
Mulheres que, em idade avançada,
Perdera a expectativa da maternidade.
Mulheres que, tendo se realizado,
Na maternidade, perdera os filhos
Para a crueldade do mundo:
Para as drogas; para as celas frias e fétidas
De uma prisão carcerária.
Mulheres que até viram ceifadas,
A vida, do filho amado, nas mãos cruéis da morte.
Ou, até quem sabe:
Para a ingratidão; para o desprezo;
Para a distância; Para o afastamento.
Mulheres sunamitas. Quantas!
Em todo canto podem ser vistas:
Mulheres sunamitas.
Fracas, pobres, oprimidas, tristes, vazias.
Sem expectativa do amanhã.
Sentadas a beira das calçadas;
Quem sabe até, morando em casas luxuosas,
Ou em pobres barracos.
Rejeitadas... Mulheres sunamitas.
Mas... Saibam quantas forem,
Mulheres sunamitas,
Aquela... Que a Escritura conta
Acreditou na Palavra de um Profeta.
Concebeu a maternidade;
Viu, também, a vida do fruto amado, esvair-se,
Mas não se curvou. Antes...
Colocou aquele corpo inerte sobre a cama,
E partiu em busca de socorro certo.
Mulher sunamita,
Não se intimidou com a sorte que lhe sobreviera.
Entretanto...Com coragem e determinação;
Com sabedoria e comunhão, com Aquele
Em quem acreditara,
Restitui a vida ao fruto da promessa.
Mulheres sunamitas,
Não importa onde estejam.
Sua cor... O que tem a ver?
Se branca ou negra.
Tampouco sua condição cultural:
Se letrada ou analfabeta
Ou, até quem sabe, seu estado social:
Se rica ou pobre, bem casada,
ou abandonada.
Haverá sempre uma mulher sunamita
A ser descoberta.

(Texto elaborado por Inajá Martins de Almeida, tendo como cenário o profeta Eliseu e a mulher sunamita extraído dos textos sagrados 2Reis 4:8-37)
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